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Por todas as partes : um modo compartilhado de viver nas redes, a partir do campo da arte, pela distribuição audiovisual (não) mediada por especialistas (Vídeo 2)

Esta pesquisa pode ser considerada como um objeto complexo, construído por liames institucionais, simultaneamente adequada e inadequada aos modelos de pesquisa já difusos em Poéticas Visuais: uma variante, portanto, dentre aquelas suportadas pelos diferentes modos de existir das universidades. Procurei abrigar alguns desses liames no próprio corpo da tese, de maneira particular, como matéria de uma prática artística, com o intuito de torcer esta pesquisa e explicitar certas particularidades contextuais que podem, muitas vezes, transitar não-ditas, porque institucionalmente instaladas – tácitas. Em sete capítulos discuto meus trabalhos realizados em paralelo à tese e dela aproximados, os contextos de produção e distribuição de alguns de meus vídeos, peças gráficas e sonoras construídas a partir do final dos anos 1990, a intensificação do uso da Internet na minha poética como uma espécie de aparelho. Nestes capítulos apresento: minha posição a partir do campo da arte, mediada por aparelhos computacionalmente orientados; meu envolvimento com o vídeo e a autonomia de distribuição atualmente possível via Internet; um uso possível das ferramentas de busca tipo Google como uma espécie de lente ativada por inputs de texto; um assunto constante nas etapas de construção da minha produção audiovisual: as articulações entre noções de processo e automação; o vídeo L Á B I O S e a ação teste News: input/output COLAPSO L Á B I O S \ my lips look like an ass? que aconteceu no elevador do prédio do Instituto de Artes da UFRGS; o vídeo Désir: ou o buraco é feito com faca; algumas semelhanças mantidas após o acréscimo do prefixo pós- nos modernismos, mediante o exemplo-clichê da morte anunciada do modernismo, narrado por Charles Jencks, tornado espetacular pelo cineasta Godfrey Reggio no filme Koyaanisqatsi: a demolição por dinamite do conjunto residencial Pruitt-Igoe; a peça gráfica Suppose the following hypothesis is advanced (SFHA); e alguns aspectos da negatividade no meu trabalho em referência à proposição de Gilles Deleuze et si moi je nie, retirada do contexto da filosofia e aproximada ao meu processo de trabalho como um modelo circunstancial de operação. Entre os capítulos, introduzi o que chamei de enxertos: proposições partidas de uma prática artística inicialmente motivada pelos ambientes formados em sala de aula e por alguns conteúdos disciplinares do programa de pós-graduação, que incorporam certos aspectos institucionais e atestam um outro modelo de pesquisa acadêmica que relata – enquanto se faz – formas de parceria procuradas na academia. São trabalhos que acontecem dentro da tese enquanto tal. Os capítulos e os enxertos não se opõem: como em uma colagem, eles convivem, evidenciando métodos construtivos distintos, pertencentes a minha prática artística, já sistematizados pelas vanguardas do início do século XX para a efetivação de gestos como a apropriação, colagem, montagem; incorporam também outras tradições, como a dos anos 1960 e 1970, por exemplo, conhecidas por acolher/rejeitar aspectos das práticas artísticas de vanguarda. Os enxertos, então, interferem na narrativa da tese e dos capítulos, pois se interpõem entre eles; são construídos pela articulação de textos e imagens, por operações recorrentes em minha produção audiovisual: cortes, sobreposições, deslocamentos, desconexões, justaposições. A existência de tal interferência confirma a permeabilidade e a especificidade da pesquisa em Poéticas Visuais ao entrecruzamento de modelos metodológicos distintos.

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Duração 47:29
País
Idioma
Website http://hdl.handle.net/10183/72687
Ano de produção 2013