Desenvolver métodos alternativos de combate a patógenos contribui para a produção agrícola ao evitar ou minimizar as perdas de produtividade e para saúde humana ao promover a redução do uso de fungicidas e da contaminação por micotoxinas. Uma estratégia consiste na utilização de produtos químicos ou biológicos com função de indutores de resistência. Embora não tenham efeito direto sobre o patógeno, os indutores são responsáveis por sensibilizar a planta a ativar seus mecanismos de defesa latentes, potencialmente garantindo proteção a amplo espectro de patógenos. O método tem sido utilizado com sucesso em diversos sistemas de produção de plantas, mas ainda é de uso limitado no caso de produtos pós-colheita como em frutos e hortaliças. A pesquisa objetivou o desenvolvimento de um processo de indução de resistência em tomate (Solanum lycopersicum Mill., cv. Micro Tom) contra Alternaria alternata, fungo ascomiceto causador do “Cancro da haste” em tomateiros, responsável por perdas na produção ao reduzir a produtividade, depreciar os frutos devido à ocorrência de manchas e produzir micotoxinas. Atualmente o controle da doença é realizado através do uso de fungicidas. Para a concretização do estudo, avaliou-se o potencial de indução de resistência de alguns produtos químicos e biológicos. O experimento foi dividido em três etapas. Na primeira, foram semeadas 216 plantas, divididas em 9 tratamentos compostos por 6 repetições de 4 plantas cada. Os tratamentos utilizados foram: plantas não induzidas (controle), plantas tratadas com fungicida Comet, variedade de tomate mutante Never Ripe, indutores hormonais etileno e ácido salicílico, indutores biológicos fúngico Trichoderma harzianum e bacteriano Bacillus subtillis, e os indutores químicos BION® e HAF Total. Os produtos foram aplicados sobre a superfície foliar das plantas um mês após a semeadura, à exceção do Trichoderma, o qual foi inoculado ao substrato três dias após a semeadura. Para a inoculação com A. alternata, cada tratamento foi divido em dois grupos, inoculado e controle, de doze plantas aleatórias cada. Ocorreram três inoculações, submetendo-se, após cada uma, as plantas a estufa com condições de temperatura e umidade favoráveis ao desenvolvimento do patógeno. Por fim, os frutos foram pesados e avaliados quanto à incidência de doença. Para a segunda etapa, três frutos de cada tratamento, diferenciados entre inoculado e controle, foram congelados em nitrogênio líquido para posterior extração de material genético e submissão a análise por PCR em tempo real. Os demais foram separados para a produção de sementes a fim de avaliar a indução de resistência na geração seguinte, configurando a terceira etapa. As sementes das plantas inoculadas foram divididas em três grupos para cada tratamento, sendo semeadas em substrato autoclavado, substrato inoculado com A. alternata e substrato inoculado com Pythium. Os resultados permitiram inferir que HAF Total e BION® foram os produtos que produziram maior percentual de frutos saudáveis com menores danos à produtividade. Na avaliação da segunda geração, o uso de fungicida e de Bacillus favoreceu a resistência a A. alternata, embora nenhum dos produtos tenha demonstrado eficácia contra o patógeno não inoculado na geração anterior, Pythium.
Duração | 05:12 |
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Website | http://hdl.handle.net/10183/106098 |
Ano de produção | 2013 |