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Campylobacter jejuni e Campylobacter coli EM CARCAÇAS DE FRANGO DEPOIS DA SAÍDA DO CHILLER

O Brasil, nos últimos anos, vem assumindo papel de destaque na produção e exportação de carne de frango, consolidando-se como um setor competitivo e com grande potencial de expansão. Segundo dados da União Brasileira de Avicultura - Ubabef, em 2011 o consumo per capta foi de 47,4 kg, alta de 7,5% sobre 2010. Considerando o rápido crescimento do setor e a necessidade de produzir alimentos seguros, a adoção de medidas para o controle sanitário das granjas e das indústrias é fundamental para evitar surtos de doenças de origem alimentar por produtos avícolas. Atualmente, bactérias do gênero Campylobacter – responsáveis pela campylobacteriose - são as mais notificadas em relatos de gastroenterite na União Européia (EFSA, 2009) e o segundo agente mais isolado em doenças de origem alimentar nos Estados Unidos (CDC, 2009), o que torna necessário o conhecimento mais aprofundado sobre esse microrganismo. O conhecimento da situação desse agente em carcaças de frangos constitui-se num parâmetro importante para a determinação da qualidade microbiológica e da inocuidade dos alimentos (HALD et al., 2000). Devido à crescente importância deste microrganismo, este trabalho teve como objetivo verificar a ocorrência de Campylobacter jejuni e Campylobacter coli em carcaças de frango após o resfriamento em frigoríficos com Inspeção Federal no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Para a realização do estudo, foram coletadas carcaças de frangos após resfriamento (chiller) em abatedouros do Estado. As amostras coletadas foram acondicionadas em caixas isotérmicas com gelo e transportadas para processamento bacteriológico no Laboratório de Bacteriologia - LABACVET - da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Posteriormente, as carcaças resfriadas foram rinsadas em sacos estéreis de polietileno contendo 400 mL de Água Peptonada Tamponada – APT 1%(Oxoid® ). A partir do líquido da rinsagem, uma alíquota de 1mL de cada amostra foi retirada e homogeneizado em 9mL de caldo Bolton (1:9), suplementado com antimicrobianos e incubado em microaerofilia (5% O2, 10% CO2 e 85% N2) por 48h a uma temperatura de 42°C. Após incubação, 100µL da suspensão do caldo foi filtrado em uma membrana de acetato com poro de 0,65µm (Skirrow, 1977; Bolton, 1982) acrescentada sobre o ágar mCCDA modificado (CM739, Oxoid® ) por 30 minutos e incubado em microaerofilia (5% O2, 10% CO2 e 85% N2) por 48h a temperatura de 42ºC. As colônias bacterianas suspeitas foram replicadas em ágar sangue de ovino a 7% e avaliadas em microscopia em contraste de fase, seguidas da coloração de Gram, testes de oxidase e catalase e motilidade. Para a identificação final das colônias, estas foram coletadas e suspendidas em 1mL de água ultra pura, transferidas para microtubos e congeladas a uma temperatura de -20°C até o momento da extração do DNA. Estas amostras foram identificadas a partir da utilização de um ensaio multiplex-PCR. O protocolo utilizado visou identificar e diferenciar as espécies de Campylobacter sp (C. jejuni ou C. coli), bem como identificar uma região em comum de DNA entre as duas espécies. Os DNAs avaliados foram extraídos através de protocolo descrito por Borsoi (2009) e o ensaio de multiplex utilizado foi adaptado a partir do trabalho publicado por Dennis et al. (1999). Depois de realizadas cinco coletas em abatedouros avícolas e posterior processamento e análise das amostras, 48% destas foram positivas para Campylobacter jejuni; 11% positivas para Campylobacter coli; 11% positivas para C. coli e C. jejuni e 30% das amostras foram negativas para ambas as espécies. Pode ocorrer a presença do agente pesquisado nas carcaças após o chiller, mesmo com medidas higiênicas empregadas na indústria; porém, estas são uteis, mas insuficientes para eliminar completamente o Campylobacter spp. do produto final.

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Duração 07:00
País
Idioma
Website http://hdl.handle.net/10183/106205
Ano de produção 2012