A emissão de gases de efeito estufa (GEE) provenientes da produção animal é uma das maiores preocupações globais na atualidade, visto a crescente demanda mundial de alimentos concomitantemente com o aumento do rebanho mundial. Os sistemas pastoris utilizados na produção de ruminantes convivem continuamente com GEE como metano e óxido nitroso, originados de processos metabólicos nos animais, respectivamente. Em função disso, o objetivo deste trabalho foi de estimar a emissão de metano por ovinos em pasto de azevém em sistema de integração lavoura-pecuaria. O trabalho foi desenvolvido na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, em Eldorado do Sul. A área experimental é de aproximadamente 4,7 hectares (ha), composta por quatro tratamentos, sendo duas intensidades de pastejo (moderada e baixa) e dois métodos de pastoreio (contínuo e rotativo) em azevém anual. Foi utilizado um delineamento de blocos casualizados, em esquema fatorial (2 intensidades x 2 métodos de pastoreio x 3 repetições). As intensidades de pastejo foram definidas pela oferta de forragem (OF), 2,5 (moderada) e 5,0 (baixa) vezes o potencial de consumo diário dos animais. Foram utilizados cordeiros cruza Texel e Ile de France com aproximadamente 22 kg de peso vivo (PV). Cada unidade experimental (potreiro) foi composta por três unidades amostrais (animais), sendo estes mantidos por todo o período experimental. Para ajuste da carga animal (kg de PV ha-1 ) nas unidades experimentais foi utilizada a técnica denominda “put and take”. Os animais foram pesados no início do período experimental e no final de cada ciclo de pastejo, com jejum prévio de sólidos e de líquidos de aproximadamente 12 horas. Para a medição da produção de metano dos animais em pastejo foi utilizada uma técnica empregando-se o marcador hexafluoreto de enxofre (SF6). A técnica consiste em colocar no rúmen do animal uma cápsula que libera o SF6. A taxa de liberação do gás da cápsula é conhecida antes da inserção no rúmen. Assumese, neste método, que o padrão de emissão de SF6 simule o padrão de emissão de metano (CH4). Após a dosagem das cápsulas, os animais são equipados com uma mochila que fica presa na região dorsal e nela ficam contidos os equipamentos de coleta dos gases produzidos pelos animais durante um período de cinco dias consecutivos. Como os ruminantes eructam e respiram a maior parte do CH4, a coleta de ar em torno do focinho e das narinas deve resultar em estimativa precisa da produção de CH4 pelo animal. Grande parte do CH4 presente no intestino é absorvida pela corrente sanguínea e expirada, sendo, portanto, também medida pela técnica do SF6. As concentrações de CH4 e do SF6 são determinadas usando cromatografia gasosa. Com estes resultados foi realizada análise de variância e teste de Tukey a 5% de significância. O uso desta técnica mostrou-se eficiente para estimar as emissões de metano. Houve interação entre métodos e intensidades de pastoreio, sendo o pastoreio rotativo – moderado superior aos demais. As médias de produção de CH4 foram de 1016,8; 666,6; 655,4 e 594,9 g ha-1 dia-1 , respectivamente, para os sistemas: rotativo – moderada ; rotativo – baixa, continuo – baixa e continuo – moderada. Em sistemas pastoris, existe alta correlação entre a carga animal e a produção de CH4 por área. As emissões de metano diminuem quando o ganho de peso médio diário aumenta, pois pastos de melhor qualidade que proporcionam maior desempenho individual, aumentando assim a produtividade, tem potencial mitigador das emissões de metano.
Duração | 06:58 |
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Website | http://hdl.handle.net/10183/106226 |
Ano de produção | 2012 |