A ovinocultura brasileira, apesar de possuir o maior rebanho das Américas, enfrenta limitações de produção, pois esta é na maior parte desprovida de tecnologia e sequer é suficiente para suprir o mercado interno do país. Uma importante limitação presente na produção de carne ovina no Brasil é a alimentação insuficiente ou inadequada dos animais. Isso afeta diretamente o desempenho do rebanho, e por essa razão é fundamental o conhecimento de sistemas de alimentação adequados para melhores índices de produtividade. Este estudo tem como objetivo avaliar dietas com diferentes graus de suplementação com concentrado para terminação de cordeiros, tendo como base a pastagem tropical de Capim Aruana (Panicum maximum). O projeto foi desenvolvido no período de janeiro a abril de 2013. Foram utilizados cordeiros desmamados com 3 a 4 meses de idade. Os cordeiros foram mantidos em piquetes de 0,2 ha sob pastejo contínuo em uma área de Capim Aruana (Panicum maximum), sendo que cada piquete continha dois animais da raça Corriedale e quatro da raça Texel. Foi fornecido aos animais suplementação com concentrado a base de farelo de soja, milho e ureia. Os tratamentos foram: 1) sem suplementação (controle); 2) suplementação calculada a 1,5% do peso vivo (PV); 3) suplementação calculada a 2,5% PV. Os animais foram pesados no início do experimento e a cada 21 dias, sempre após jejum de 12 horas de sólidos e líquidos. Com esses dados foi calculado o ganho médio diário. Os animais foram abatidos com peso médio de 35 kg, após jejum de sólidos de 14 horas. Logo antes do abate, os animais foram pesados para a obtenção do peso vivo ao abate. Após a retirada de vísceras, cabeça e membros, as carcaças foram pesadas para mensuração de peso de carcaça quente. O rendimento da carcaça quente foi calculado da seguinte forma: (peso de carcaça quente / peso vivo ao abate) x 100. As carcaças permaneceram 24 horas em câmara fria e após este período foram pesadas para obtenção do peso de carcaça fria. O rendimento comercial da carcaça foi calculado da seguinte maneira: (peso de carcaça fria / peso vivo ao abate) x 100. As carcaças foram divididas longitudinalmente e pesadas. Na meia carcaça esquerda foram feitos os seguintes cortes: perna, lombo com vazio, paleta, costela descoberta, costela coberta, baixo e pescoço. Os cortes obtidos foram pesados e avaliados. Os resultados dos tratamentos 1, 2 e 3 foram, respectivamente, para ganho médio diário (kg por dia), 0,05, 0,096 e 0,154; peso vivo ao abate (kg), 29,52, 33,2 e 38,87; peso de carcaça quente (kg), 11,72, 13,91 e 17,81; peso de carcaça fria (kg), 11,48, 13,68 e 17,56; rendimento de carcaça quente, 39,2%, 41,47% e 45,4%; rendimento comercial da carcaça, 38,32%, 40,7% e 44,68%. Os animais que receberam a dieta com suplementação de 2,5% PV apresentaram médias significativamente superiores (P<0,01) para ganho médio diário, peso vivo ao abate, peso de carcaça quente, rendimento de carcaça quente e rendimento comercial de carcaça quando comparados aos do tratamento controle, porém quando comparados aos animais que receberam suplementação de 1,5% PV não demonstraram diferença significativa (P>0,05). O tratamento controle e o tratamento com suplementação de 1,5% PV não diferiram significativamente (P>0,05) para os mesmos quesitos. Para peso de carcaça fria, o tratamento que recebeu suplementação de 2,5% PV foi significativamente superior (P<0,01) aos outros tratamentos. Quanto ao rendimento dos cortes não houve diferenças significativas entre os tratamentos (P>0,05), exceto para o rendimento da paleta, que no tratamento com suplementação de 2,5% PV foi significativamente menor (P<0,01) quando comparado ao tratamento controle, não diferindo significativamente (P>0,05) do tratamento com suplementação de 1,5% PV. Os rendimentos médios de perna, lombo com vazio, costela descoberta, costela coberta e baixo foram respectivamente 31,46%, 13,42%, 8,39%, 6,46% e 13,18%. Os valores de rendimento de paleta para os tratamentos 1, 2 e 3 foram respectivamente 20,46%, 17,98% e 17,37%. Nesse trabalho observou-se a influência positiva da suplementação com concentrado no desempenho de cordeiros de corte. Conclui-se que a suplementação a 2,5% em relação ao peso vivo apresentou melhores resultados em relação à avaliação quantitativa das carcaças, obtendo animais mais pesados em menor tempo e médias superiores do peso de carcaça quente, peso de carcaça fria, rendimento de carcaça fria e rendimento comercial da carcaça.
Duração | 04:55 |
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Website | http://hdl.handle.net/10183/106134 |
Ano de produção | 2013 |