Desenvolvimento de técnicas de Petrografia quantitativa para a determinação das características petrofísicas de rochas

A identificação e a quantificação dos diferentes tipos e graus de porosidades primárias e secundárias e a permeabilidade apresentadas pelas rochas são fundamentais para a caracterização e visualização dos arcabouços através do qual circulam fluidos. Neste trabalho, a permeabilidade de uma rocha basáltica influenciada pela presença de diferentes tipos de fraturas é estudada tendo como parâmetro marcador da circulação dos fluidos a presença de argilominerais. A rocha estudada é um basalto da Fm Serra Geral localizado na região do Alto Uruguai no Rio Grande do Sul. Os argilominerais observados nesta rocha são esmectitas e podem ter sido gerados tanto por processos tardi magmáticos como hidrotermais, ou ambos. O objetivo do trabalho é estabelecer uma metodologia para a quantificação da distribuição dos argilominerais que ocorrem associados aos diferentes tipos de fraturas da rocha e, com isso procurar entender os processos de circulação de fluidos. Para este estudo, foram selecionadas rochas fraturadas, das quais foram confeccionadas lâminas delgadas para petrografia ótica e por microscopia eletrônica de varredura. A petrografia de detalhe mostrou que esta rocha é cortada por fraturas que são separadas em três grupos com cronologia distinta: a. microfraturas precoces; b. fraturas que originam a prismação da rocha; c. fraturas tardias. As microfraturas precoces têm morfologia irregular, contornos de difícil definição e interpenetrativos com a mesóstase adjacente. O material que preenche estas fraturas tem a mesma composição da mesóstase adjacente, ou seja, material microcristalino de composição quartzo-feldspática determinada por MEV, por vezes cristais de piroxênio e plagioclásio e, na parte central, argilominerais. A prismação da rocha é o principal processo de fraturamento, sendo preferencialmente fraturas verticais preenchidas por quartzo e argilominerais, secundariamente calcita, cobre nativo e anidrita. As fraturas tardias da rocha atravessam grandes extensões da rocha e cortam os prismas. O seu preenchimento é feito por quartzo, calcita e, por vezes, zeolitas. Com o objetivo de quantificar os argilominerais que ocorrem nas fraturas e a sua distribuição em relação a elas, foi estabelecida a seguinte metodologia: as lâminas delgadas utilizadas não foram polidas, de modo que os argilominerais, por serem agregados de cristais muito pequenos, formam massas de baixa refringência, praticamente não refletindo a luz incidente sobre eles. Desta forma, estes minerais, quando observados ao microscópio ótico em luz refletida aparecem como objetos escuros, diferenciando-se dos outros cristais da rocha e, assim, tornando possível a sua identificação e, por conseguinte, a quantificação da distribuição destes minerais com a utilização de softwares de tratamento de imagens.