A circovirose suína é uma doença infectocontagiosa causada pelo circovírus suino tipo 2 (PCV2), este está disseminado em rebanhos de suínos domésticos e silvestres de todo o mundo (Sobestiansky, Barcellos 2012). No Brasil, a primeira descrição dessa síndrome foi feita em 2000, no Estado de Santa Catarina (Ciacci-Zanella 2000), em 2002, na região sudeste (França et al. 2005) e, no Rio Grande do Sul, foi descrita primeiramente em 2003 (Pescador et al. 2003). O crescimento da suinocultura como atividade econômica envolveu um manejo intensivo, esquema nutricional complexo e o uso de seleção genética visando principalmente a reprodução. Esses fatos, juntamente com a concentração de rebanhos em áreas geográficas restritas, têm sido incriminados como fatores agravantes nos casos de circovirose suína (Sobestiansky et al. 2002). Essa doença atinge principalmente suínos após o desmame, a partir das 6 semanas de vida e o quadro clínico se caracteriza por diversas síndromes tais como “Síndrome Multisistêmica do Definhamento do leitão desmamado” (postweaning multisystemic wasting syndrome [PMWS]), dermatite e nefropatia, distúrbios reprodutivos como abortos e, pneumonias, enterites, doenças do sistema nervoso tais como meningoencefalite e tremores congênitose (Pescador et al. 2003). Atualmente, a importância do PCV2 esta relacionada com outros agentes que agem como cofatores para o agravamento da SMD dentre eles estão o Haemophilus parasuis, parvovirus suíno (PPV), Mycoplasma hyopneumoniae além de agentes causadores de estresse (Sobestiansky, Barcellos 2012), essas associações têm gerado perdas econômicas importantes nas granjas, através da queda de desempenho e morte desses animais (Castro et al. 2007), já que com a implantação de um esquema vacinal adequado os casos de circovirose suína tem diminuído consideravelmente nas granjas que adotam esse programa. Este trabalho tem por objetivo relatar as alterações clínicas e patológicas da circovirose suína de casos recebidos no Setor de Patologia Veterinária (SPV) da UFRGS no período de janeiro a dezembro de 2012. Foram recebidas nesse período um total de 708 biopsias de suínos necropsiados, dessas 69 tiveram como diagnóstico Circovirose. Os suínos eram refugos, apresentavam apatia, emagrecimento progressivo, anorexia, diarreia, sinais respiratórios, lesões cutâneas e caquexia. As principais alterações de necropsia foram aumento de volume de linfonodos e baço, rins pálidos aumentados e com petéquias, intestino delgado espessado, no estômago havia ulceras e na pele notou-se necrose com úlceras. Histologicamente, havia perda de arquitetura de tecidos linfoides associada com infiltrados linfohistiocitários e presença de células gigantes. Nos rins havia glomerulonefrite e no intestino havia depleção linfoide e atrofia de vilosidades. No pulmão havia pneumonia intersticial em graus variados. Na derme, observou-se infiltrado linfohistiocitário multifocal associado à necrose e vasculite. O diagnóstico de circovirose é baseado principalmente nos achados histológicos e imuno-histoquímicos.
Duração | 03:02 |
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Website | http://hdl.handle.net/10183/106052 |
Ano de produção | 2013 |